Após a leitura do livro 1968 - O Ano Que Não Terminou, de
autoria de Zuenir Ventura, percebi o
quanto era inocente em relação a um assunto no qual me despertava tanta curiosidade. Não tinha a dimensão do quanto
foi intenso o regime militar e muito menos o significado do ano de 1968 para o
Brasil e o mundo. Era muito superficial meu conhecimento sobre
o assunto. A primeira vez que estudei,
foi na antiga 8ª série (atual 9ºano). Me fascinavam as músicas e a luta por um
mundo melhor de artistas que até hoje influenciam e têm importância no cenário musical. A Passeata dos Cem Mil me fez admirar a coragem das pessoas em escancarar um NÃO
a ditadura, um NÃO a violência. Alguns defendiam que, com o povo armado, a ditadura iria ter fim, outros que com o
povo organizado a ditadura iria
ter fim. Embates pesados, relato de uma
verdadeira guerra, descobertas através da
leitura deste livro por alguém
que pensava que Guerra era só entre EUA e Iraque e que nesse país nunca houve
algo tão cruel. Engano meu em pensar
assim.
Então entra a questão: se os estudantes lutavam contra a
repressão, a falta de liberdade, a violência com que eram tratados, por que
pagar com a mesma moeda o mal que lhe fizeram? Lutar com as “mesmas” armas (no
que se trata da violência, pois o exército era muito mais preparado - canhões,
camburão, fuzis, metralhadoras - para guerra do que os estudantes, pois os
últimos tinham instrumentos arcaicos como pedra e pedaços de pau) de quem tanto
se critica! Levar a ferro e fogo o ditado “Olho por olho, dente por dente”?!
Roubos, sequestros, assassinatos em ambos
os lados fazem pensar se existiu o certo ou errado.
Certo ou errado? Quem estava certo, quem estava errado? Ou
será o certo não avaliar desse modo tão radical, e crer na existência de que
certo ou errado é apenas um ponto de vista? Ponto de vista de ver quem eram os
heróis, quem foram os vilões, ou se não
existiram de fatos heróis e vilões e sim, dois lados lutando por aquilo que acreditavam que era melhor para uma nação chamada Brasil.
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