O ano de 1968 foi marcado por revoltas e movimentos que,
independente do lugar em que estouraram, serviram de lição e exemplo para
outros países.
Guerra do Vietnã
Dois soldados norte-americanos mortos durante o ataque à Embaixada dos EUA. |
Em 30 de janeiro de 1968, aconteceu um momento crítico na
Guerra do Vietnã chamado de a Ofensiva do Tet. A cena que marcou o conflito foi
a invasão do prédio da Embaixada dos Estados Unidos, no Vietnã do Sul. Protestos
de universitários e grupos políticos em todo o mundo começaram a questionar a
validade da ocupação dos Estados Unidos naquela região. O momento foi visto
como início da derrocada dos Estados Unidos na guerra, gerando antipatia dos
cidadãos americanos em relação ao conflito.
O que aconteceu depois: Os Estados Unidos perderam
gradativamente o apoio dos cidadãos americanos na guerra. Os EUA insistiram no
conflito até 1975, quando declaram a sua vitória. Em contrapartida, o Vietnã se
unificou sob o controle do regime comunista.
Morte de Martin Luther King e acirramento do movimento antirracismo
Por muito tempo, Martin Luther King se manteve longe dos
assuntos de guerra, com medo de associar o movimento negro a um sentimento
antipatriótico. Em 1968, King abraçou a luta contra a Guerra do Vietnã. Mas o
vínculo entre os dois movimentos foi curto, pois em 4 de abril do mesmo ano,
King foi assassinado por James Earl Ray, que acreditava que King era um traidor
da nação. A morte de Martin Luther King representa o fim da luta antirracista
pacífica e o surgimento dos radicais Panteras Negras.
O que aconteceu depois: As ações de Martin Luther King
deixaram um legado que influenciou muitas gerações e representam um marco no
movimento antirracismo norte-americano.
Movimento estudantil na França
Charles de Gaulle: presidente da França em 1968 |
Em maio de 1968, a relação do movimento estudantil francês
com a polícia se acirrou. Entre as exigências dos estudantes, estava a renúncia
do presidente Charles de Gaulle e eleições gerais. Em 18 de maio, os estudantes
fizeram uma greve de três dias, com o apoio de operários. O presidente propôs
um aumento de salário para os operários, o que os fez sair da greve. Aos
estudantes, a polícia respondeu violentamente com bombas de gás lacrimogêneo e
pedradas.
O que aconteceu depois: Pensamentos diferentes e a saída de
muitos estudantes do movimento fizeram com que ele perdesse a força. O
presidente Charles de Gaulle conseguiu restabelecer a paz e os protestos se
esgotaram em junho de 68.
A morte de Robert Kennedy e do idealismo americano
Robert Kennedy e Eugene McCarthy disputavam as eleições à
presidência dos naquele ano. Kennedy apoiava Martin Luther King, discursava
sobre a melhoria de vida dos americanos, sobre a diminuição da desigualdade
social e defendia o fim da Guerra do Vietnã. Antes que pudesse pôr em prática o
que pretendia, Kennedy foi assassinado em 5 de junho pelo palestino Sirhan
Sirhan. O motivo teria sido uma represália ao apoio dos Estados Unidos a Israel
na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O que aconteceu depois: Richard Nixon, candidato
republicano, foi eleito presidente dos Estados Unidos e sua campanha apelava
para a “maioria silenciosa” de americanos que via os manifestantes como
baderneiros antipatrióticos.
Primavera de Praga
Tropas soviéticas invadem a Tchecoslováquia em agosto de 68 |
Alexander Dubcek, primeiro-secretário do Partido Comunista
da Tchecoslováquia, sonhava em democratizar o comunismo e “desestalinizar” o
sistema que predominava no país. A União Soviética, não gostando das reformas
pretendidas por Dubcek e do afastamento do comunismo que elas poderiam causar,
invadiu a Tchecoslováquia em agosto de 1968. A população tentou resistir de
forma não violenta, mas as forças soviéticas deixaram 72 mortos e 702 feridos.
O que aconteceu depois: Dubcek e o presidente tchecoslovaco Ludvik
Svobod não desistiram do movimento e defenderam as reformas diante do líder
soviético Leonid Brezhnev, mas foram vencidos e forçados a desfazer a Primavera
de Praga. Apesar disso, a Primavera de Praga representou o começo do fim do
comunismo, dividindo o movimento comunista mundial.
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