quarta-feira, 17 de outubro de 2012

1968: Panorama Mundial

Os anos 60 como um todo foram marcados pela força da juventude e, consequentemente, pelos movimentos estudantis. Hábitos, comportamento, moda e opiniões mudaram e se modificaram, representando sentimentos de revolta e revolução. Essas mudanças culminaram em 1968, ano que explodiu em lutas revolucionárias em aspectos raciais, sexuais, comportamentais e políticos.
O ano de 1968 foi marcado por revoltas e movimentos que, independente do lugar em que estouraram, serviram de lição e exemplo para outros países.

Guerra do Vietnã

Dois soldados norte-americanos mortos durante o ataque à Embaixada dos EUA.
Em 30 de janeiro de 1968, aconteceu um momento crítico na Guerra do Vietnã chamado de a Ofensiva do Tet. A cena que marcou o conflito foi a invasão do prédio da Embaixada dos Estados Unidos, no Vietnã do Sul. Protestos de universitários e grupos políticos em todo o mundo começaram a questionar a validade da ocupação dos Estados Unidos naquela região. O momento foi visto como início da derrocada dos Estados Unidos na guerra, gerando antipatia dos cidadãos americanos em relação ao conflito.
O que aconteceu depois: Os Estados Unidos perderam gradativamente o apoio dos cidadãos americanos na guerra. Os EUA insistiram no conflito até 1975, quando declaram a sua vitória. Em contrapartida, o Vietnã se unificou sob o controle do regime comunista.

Morte de Martin Luther King e acirramento do movimento antirracismo


Por muito tempo, Martin Luther King se manteve longe dos assuntos de guerra, com medo de associar o movimento negro a um sentimento antipatriótico. Em 1968, King abraçou a luta contra a Guerra do Vietnã. Mas o vínculo entre os dois movimentos foi curto, pois em 4 de abril do mesmo ano, King foi assassinado por James Earl Ray, que acreditava que King era um traidor da nação. A morte de Martin Luther King representa o fim da luta antirracista pacífica e o surgimento dos radicais Panteras Negras.
O que aconteceu depois: As ações de Martin Luther King deixaram um legado que influenciou muitas gerações e representam um marco no movimento antirracismo norte-americano.

Movimento estudantil na França

Charles de Gaulle: presidente da França em 1968
Em maio de 1968, a relação do movimento estudantil francês com a polícia se acirrou. Entre as exigências dos estudantes, estava a renúncia do presidente Charles de Gaulle e eleições gerais. Em 18 de maio, os estudantes fizeram uma greve de três dias, com o apoio de operários. O presidente propôs um aumento de salário para os operários, o que os fez sair da greve. Aos estudantes, a polícia respondeu violentamente com bombas de gás lacrimogêneo e pedradas.
O que aconteceu depois: Pensamentos diferentes e a saída de muitos estudantes do movimento fizeram com que ele perdesse a força. O presidente Charles de Gaulle conseguiu restabelecer a paz e os protestos se esgotaram em junho de 68.

A morte de Robert Kennedy e do idealismo americano


Robert Kennedy e Eugene McCarthy disputavam as eleições à presidência dos naquele ano. Kennedy apoiava Martin Luther King, discursava sobre a melhoria de vida dos americanos, sobre a diminuição da desigualdade social e defendia o fim da Guerra do Vietnã. Antes que pudesse pôr em prática o que pretendia, Kennedy foi assassinado em 5 de junho pelo palestino Sirhan Sirhan. O motivo teria sido uma represália ao apoio dos Estados Unidos a Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
O que aconteceu depois: Richard Nixon, candidato republicano, foi eleito presidente dos Estados Unidos e sua campanha apelava para a “maioria silenciosa” de americanos que via os manifestantes como baderneiros antipatrióticos.

Primavera de Praga

Tropas soviéticas invadem a Tchecoslováquia em agosto de 68
Alexander Dubcek, primeiro-secretário do Partido Comunista da Tchecoslováquia, sonhava em democratizar o comunismo e “desestalinizar” o sistema que predominava no país. A União Soviética, não gostando das reformas pretendidas por Dubcek e do afastamento do comunismo que elas poderiam causar, invadiu a Tchecoslováquia em agosto de 1968. A população tentou resistir de forma não violenta, mas as forças soviéticas deixaram 72 mortos e 702 feridos.
O que aconteceu depois: Dubcek e o presidente tchecoslovaco Ludvik Svobod não desistiram do movimento e defenderam as reformas diante do líder soviético Leonid Brezhnev, mas foram vencidos e forçados a desfazer a Primavera de Praga. Apesar disso, a Primavera de Praga representou o começo do fim do comunismo, dividindo o movimento comunista mundial.

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